terça-feira, 29 de março de 2016

Lacticínios das Marinhas

A propósito de uma entrevista da Engª Berta Castilho, da Fábrica de Lacticínios das Marinhas, é interessante recuperar esta parte  da explicação histórica da "fábrica do queijo" que muitos de nós não conhecemos. E o resto da entrevista, também. Afinal, é um "cartão de visitas" da nossa terra...

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS LACTICÍNIOS DAS MARINHAS

A fábrica de lacticínios situada na Avenida 19 de Agosto, 4399 (antiga EN 13), na freguesia das Marinhas, concelho de Esposende, distrito de Braga, resultou em 1939, da concentração de pequenos fabricantes de manteiga da região, levada a efeito pela então recentemente criada Junta Nacional dos Produtos Pecuários, que atribuiu quotas a cada um, integrando-os como sócios da empresa “Lacticínios de Esposende, Lda”. Aprovada a localização e o projeto da nova fábrica pela Direção Geral dos Serviços Pecuários, a qual emitiu em 12 de Março de 1942 o alvará nº 519 LT, foi-se construindo o edifício fabril que, quer pelo caracter arquitetónico adaptado ao meio rural em que se inseria, quer pela qualidade da construção e o tamanho apreciável, representou, na altura, um certo arrojo industrial. Mas, o seu custo, aliado ao mau relacionamento entre os sócios, conduziu a sociedade para um futuro ruinoso. O aparecimento de dívidas, muitas das quais reclamadas em tribunal, e a consequente penhora de bens, levaram à falência da sociedade. Adquirindo em hasta pública os bens da sociedade - edifício, equipamentos e alvará - os Srs. Dr. Amílcar Castilho, Eng. Reinaldo Castilho e Manuel da Costa Pais, fundaram, em 1954, uma nova sociedade por quotas denominada “Lacticínios das Marinhas, Lda”, que explora até à presente data esta unidade industrial. Como o alvará que a empresa possuía só permitia o fabrico de manteiga e caseína, e, para que a empresa se tornasse rentável, foi requerida a autorização para o fabrico de queijo e leite em pó. Por despacho da Secretaria de Estado da Agricultura de 19 de Maio de 1955, foi negado o fabrico de leite em pó, mas autorizado o fabrico de queijo, cuja secção de fabrico foi devidamente instalada e, posteriormente, aprovada pela Direção Geral dos Serviços Pecuários. Ao longo dos últimos anos da década de 80 a empresa poucos investimentos efetuou, facto este que levou ao aparecimento de graves estrangulamentos nos primeiros estágios de laboração, uma vez que muitos dos equipamentos utilizados apresentavam já um grande desgaste. Estas razões, associadas à necessidade de tornar a empresa mais competitiva para enfrentar os problemas gerados pela abertura dos mercados agrícolas, levaram a que no triénio 1992/93/94 se realizassem vários investimentos de vulto nos mais diversos sectores da empresa, tais como a aquisição de equipamentos que garantissem uma maior produtividade e qualidade; melhoramentos das condições higio-sanitárias das instalações; controlo laboratorial dos produtos fabricados, matérias-primas e ingredientes e eliminação dos efeitos dos efluentes sobre o meio ambiente. No biénio 1999/2000, a empresa, visando tornar-se cada vez mais competitiva, pela qualidade dos seus produtos e serviços, e encarando com otimismo a entrada no novo milénio, delineou uma estratégia que privilegia a segurança alimentar e a reestruturação interna, quer através da introdução de um plano de autocontrolo (HACCP), quer através da implementação de um Sistema de Qualidade segundo a norma NP EN ISO 9002 e consequente certificação...

Parte integrante da entrevista (de Mário Fernandes) à Engª Berta Castilho. (ver tudo)

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