Os tempos são mesmo de Mudança. De várias mudanças. Marinhas passou a ser novamente freguesia, deixando para trás a União com Esposende e Gandra, tendo desde o passado dia 28 de Outubro, um novo Presidente de Junta. E o anterior também mudou "de vida" e passou a integrar o executivo camarário tendo tomado posse no passado dia 28 e será o novo Vice-Presidente da Câmara Municipal de Esposende. Mas, aqui e neste momento, o que nos interessa é o que ficou para trás e por isso pedimos uma pequena entrevista com Aurélio Neiva, em jeito de resumo dos últimos 16 anos. Fizemos apenas quatro perguntas e as respostas foram as seguintes.
1)- Foram 16 anos na liderança da Junta de Freguesia. Primeiro, só a de Marinhas e depois, em conjunto com Esposende e Gandra. Que balanço, no geral, faz desta experiência autárquica, como Presidente de Junta?
AN- Efetivamente foram 16 anos de Presidente de Junta de Freguesia em contextos diferentes, 4 anos na Junta de Freguesia de Marinhas e 12 anos na União das Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra. Para fazer um balanço, preciso de dividir em duas partes: Competências próprias de uma junta de freguesia, e os projetos concretizados na freguesia com a colaboração da Câmara Municipal. No que diz respeito às competências da Junta de Freguesia, nós tivemos sempre uma postura de grande proximidade com a população, demonstrando disponibilidade para ouvir e procurar forma de ajudar a resolver os problemas das pessoas. Ao longo dos anos disponibilizámos à população os serviços administrativos, colaboramos com todas as escolas da freguesia, sendo que em Marinhas tivemos o serviço de ATL a funcionar em 4 escolas, dando assim um importante apoio às famílias. Apoiamos as associações culturais, recreativas ou desportivas nas suas atividades, atribuindo subsídios ou com serviços de transportes. Também na vertente social fomos interventivos, não só a colaborar com as diversas instituições, que nos solicitavam colaboração, mas também aqui a junta de freguesia presta um serviço fundamental dada a proximidade que tem com a população, e neste âmbito fomos executando o nosso trabalho com a discrição que se exige nesta área. Tivemos sempre a preocupação de manter a nossa freguesia limpa e asseada.
Quanto aos projetos e obras concretizadas, e porque estou a responder para o blog marinhasonline, vou limitar-me ao que foi executado em Marinhas. Fomos uma Junta de Freguesia reivindicativa e colaborativa com a Câmara Municipal, tendo em vista a concretização de obras extremamente importantes para Marinhas. Julgo que é bem visível no terreno, e certamente que os marinhense têm memória para poder verificar o que era Marinhas antes de outubro de 2009 e o que é hoje. Mas, para ajudar um pouco a relembrar, ficam algumas obras: Rua da Ponte Nova, Adro São Bento, Rua da Agrela, Estrada da Sra da Paz e requalificação do adro, requalificação e infraestruturação dos Loteamentos da Visconda, Mangalaça e Sosende, Avenida de Goios, interceção da Estrada Real com a Rua dos Marcos, construção do Polidesportivo de Rio de Moinhos e requalificação dos polidesportivos de Pinhote e Goios, Rua da Anta, requalificação da Avenida da Igreja, Construção do Canal Interceptor, um equipamento fundamental para proteger das inundações que ocasionalmente aconteciam na zona urbana da cidade de Esposende, porventura a obra mais marcante de qualquer autarca. Requalificação do Campo São Miguel, construção de duas rotundas na Rua São Miguel, requalificação e infraestruturação de várias ruas do lugar do Monte, requalificação e infraestrutração da Rua 15 de Agosto com o arranjo da poça da Sra da Saúde, Ecovia da Avenida dos Banhos até à Praia de Rio de Moinhos e construção do parque de estacionamento de apoio à praia, aquisição e restauro de 3 moinhos da Abelheira, Abertura da Casa das Marinhas e do Centro de Educação Ambiental, e muitas outras obras que sendo de menor dimensão são também muito importantes para a freguesia e a sua população. É claro que ficou ainda muito para fazer. A função de um autarca é inacabada. Mas, por tudo o que foi feito, eu considero ser um balanço positivo do nosso trabalho.
2)- Certamente que houve obras/projetos que conseguiu concretizar e outros não. Quais os que mais o satisfizeram ter concretizado, seja pela necessidade da freguesia, seja por obras que considera mesmo importantes ou então porque eram muito difíceis de concretizar e por isso deu-lhe "mais prazer" ter conseguido?
AN- Do que foi feito, considero serem todas as obras importantes, porque cada obra tem naturalmente a sua importância para a freguesia e para a sua população. No entanto, para nós, assumindo sempre parte da decisão, há obras que nos orgulhamos com a sua realização. Desde logo, a zona central de Marinhas. Apesar de ter ficado muito àquem do que pretendíamos, dadas as limitações da zona envolvente, foi conseguido dar uma maior dignidade àquele local, com a requalificação da Avenida da Igreja, da Rua Pe Francisco Cubelo Soares e parte da Rua Conde de Madimba. Fizemos questão de ali, no coração da freguesia, deixar uma homenagem aos pedreiros de Marinhas, com a colocação, na avenida, do paralelo amarelo, visto que no passado muita pedra foi extraída das pedreiras de Marinhas. Também o facto de termos conseguido a requalificação do Campo São Miguel, foi importante, tornando-o numa zona de lazer, recreativa e com um parque de estacionamento à dimensão da freguesia. Também o facto de ter sido possível adquirir 4 moinhos da Abelheira e efectuar o restauro de 3 deles, deu-nos enorme satisfação, apesar de sabermos que é possível fazer mais naquele magnifico local, e sabemos que poderão estar reunidas as condições para tornar aquele local no cartão de visitas da nossa freguesia. E porque estamos a falar da nossa identidade, temos de referir que a obra que nos deixou mais orgulhosos foi o lançamento do livro "Marinhas de Mar a Monte", uma monografia sobre Marinhas, que foi sempre o nosso desejo e que felizmente conseguimos concretizar.
3)- Também haverá certamente projectos que gostaria de ter concretizado, mas não conseguiu. Quer enumerar alguns?
AN- Como já referi, há sempre muito para fazer, e na verdade, este último mandato não foi tão frutuoso como os anteriores. Desejávamos muito ter um projecto para a nossa zona central, um estudo urbanístico que abrangesse a parte norte e nascente da igreja. Assim como, através da revisão do PDM, e a abertura de novas vias, fosse possível transformar zonas urbanizáveis em zonas urbanas, procurando dessa forma criar condições para uma maior oferta de habitação. Acho que seria mesmo muito importante.
4)- Para finalizar, valeu a pena estar à frente de Marinhas durante estes anos?
AN- Vale sempre a pena trabalhar em prol da causa pública. Entendo que deve ser algo de que todos os cidadãos se devem orgulhar.
marinhasonline: Obrigado Sr. Aurélio e sucesso para o futuro!
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